Um texto interessante, de um "mal" da pós-modernidade.
O Complexo de Cavalheirismo
Certas pessoas, as que sofrem mais para "dar certo" em relacionamentos, sofrem de um mal cada vez mais comuns nos tempos modernos: o complexo de cavalheirismo. Com o advento da "paridade" de comportamento entre homens e mulheres no relacionamento, de uma igualdade que sempre deveria de ser assim mas que só agora, quebrada a barreira cultural que inferiozava as mulheres, é, muitos homens afetados pelo caótico pós-modernismo tentam tratar as mulheres da forma que eles acham que elas merecem, ou seja, a melhor possível.
Gostam de fazer coisas que até algumas décadas atrás eram tabus, como discutir o relacionamento, porque querem agradá-las da melhor maneira, esclarecer as dúvidas do relacionamento a fim dele ficar mais forte e durável.
Gostam de ser carinhosos com suas parceiras por necessitarem disso, claro, mas o individualismo de alguns anos atrás deu lugar a uma preocupação maior com o outro( a outra, no caso) e isso faz com que eles dêem carinho e atenção em dose dupla, por precisarem e por achar que as mulheres também precisam.
Mas toda essa preocupação, essa percepção de certa forma inédita do homem pós-moderno, não encontra respaldo no outro lado, o feminino. Por mais que a igualdade está definida e não mais têm volta (na verdade, isso sempre foi definido, mas só agora percebido), em certos aspectos a mulher moderna parece que sente "falta" de certos costumes das suas antepassadas recentes que eram muito cortejadas antes e muito servis a quem os cortejou depois. Elas não entendem quem quer "discutir a relação"; acham estranho algum homem querer saber como anda o tal relaciomento e questioná-lo na tentativa de o fazer mais forte, menos suscetível a objeções externas, e essa não-compreensão parece realçar a busca de costumes das antepassadas que ainda não eram consideradas "iguais". Então, buscam aquele que guarda certos traços dos homens daquela época, como por exemplo o entendimento do casal não se dar na discussão, mas na ação ou na falta dela.
O complexo de cavalheirismo, esse paradoxo de doença, se caracteriza por guardar alguns resquícios do homem que tinha a mulher como apenas "companheira para cuidar dos filhos", como o cortejamento antes da relação, e características do homem pós-moderno, como o respeito à igualdade dos sexos e a busca de uma melhor compreensão do outro lado. Só que, ao contrário de ser uma vantagem, o complexo de cavalheirismo, como o nome já diz, é um mal, uma doença, pois parece que no ponto em que o homem portador é conservador, a mulher é liberal, e no ponto que ele é liberal - como buscar o entendimento através de "discutir a relação" - ela é conservadora. Um desencontro certo.
Receitas para o portador do complexo de cavalheirismo são pouco confiáveis ainda, visto que é um mal do pós-modernismo que não teve tempo para o estudo detalhado. Mas algumas sugestões de cura causam bons resultados até, apesar de serem vistas por alguns como bastante polêmicas: tornar o homem portador menos cavalheiro, mais da ação do que das palavras, evitar o "discutir a relação" e passar para o "perceber a relação". Outra sugestão, ainda mais polêmica e difícil, é buscar as companheiras que guardam bastante pontos em comuns com suas antepassadas, as que ainda mantêm os costumes antigos e não gostam da tal modernização. Mas, na medida que o homem portador tem um certo nível de "inquietude intelectual" e não consegue pensar que está tratando uma mulher como um homem antigo, rude, cruel às vezes, se torna bastante difícil a cura por essa sugestão.
O que resta ao portador é se divertir enquanto a dita "alma gêmea", um fruto da pós-modernidade com a antiguidade clássica, não se apaixone verdadeiramente por ele, pois se isso acontece, tudo muda e se torna mais difícil de dar errado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Leo, bem interessante teu texto. É um assunto bem complexo, né?! Relacionamento, diferença e igualdade entre os sexos, amor. Acho que algumas idéias ficaram um pouco confusas... Vamos discutir, sim! Abraço da colega.
kara, muito massa! descobri q sofro desse mal.
abraço
Postar um comentário