sábado, novembro 05, 2005

devaneios (2)

1.
O peso e o ônus de fazer parte de um grupo restrito, de não conseguir compreender muitas das relações dos outros que se nomeiam como amizade é , por muitas vezes, excessivo. Sim, não é fácil ficar ao lado de pessoas que tem relações de consequências, amizades, até relacionamentos completamente diferentes da sua. Se ouso criticar, posso ser taxado de louco, e talvez até tenham razão, mas , enfim, é isso que escolhei pra mim. Talvez pensem que os criticando estou tentanto fazer com que essas pessoas fiquem mais próximos do meu jeito de encarar certas relações, o que não é de todo mentira; mas , se faço isso, é com a intenção de que as pessoas aproveitem aquilo assim como eu estou aproveitando, de forma alguma querendo me orgulhar de estar nessa nomeada "loucura".
Sempre faço isso de boas atenções, mas acho que , por mais difícil que seja não compartilhar momentos bons, "catequizar" os outros para adentrar nesse mundo "louco" não é a melhor opção. Por isso, o melhor é guardar as próprias loucuras.


2.
Hoje em dia, o sofrimento é pop. Fácil se percebe. Porém, e ainda bem, o verdadeiro sofrimento, aquele que serve como rito de passagem para uma situação extraordinária, esse ainda não foi mapeado e popularizado, assim como eu acho que nunca vai ser, por ser demasiado polêmico e até inatingível à todos. Uma antídoto para o sofrimento pop seria fazer com que se perceba quão ridículo é exaltar o sofrimento, ou ,numa solução mais radical, é fazer com que seja provado o verdadeiro sofrimento, pois assim nunca mais ninguém o irá exaltar, exibir a bom grado, adorar até. Porque sofrer, por indispensável que seja, não é bom.

3.
Esse blog funciona tal como um "medidor de atmosfera pessoal". É uma forma de execrar os sentimentos, os pensamentos daquele dia/época. E aqui se denuncia o humor, pois há os dias tipo manhãs de sol e os pós-tragos noturnos, assim como os tristes em essência por algo maior que essa vidinha tranquila levada e os completamentes loucos de amor por essa mesma vidinha tranquila e surpreendente.

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