quinta-feira, dezembro 08, 2005

Revista de criticas (1)

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On the Road – Jack Kerouac

Um dos clássicos da Contracultura, desencadeador da rebeldia de muita gente, livro de ouro dos viajantes. Um chute nos bagos da felicidade inocente dos anos 50 pós-guerra, vilão do American way of life. A babá de uma geração vazia. Muitas expressões que talvez ajudem a definir o que é o livro On the Road - do escritor americano Jack Kerouac.

Lançado em 1957, me atrevo a dizer que é um dos livros do século XX que mais causam um “baque” nos leitores – principalmente em jovens dos 18 aos vinte e poucos anos. Mesmo no Brasil, em que primeira edição saiu em 1984, traduzida em conjunto pelo jornalista Eduardo Bueno e o escritor Antonio Bivar, ele inspirou músicas, pessoas, idéias, comportamentos, atitudes – trouxe um alento de que as coisas poderiam ser diferentes e muito mais interessantes também por aqui.

A história se passa no final dos anos 40 e início dos 50, nos Estados Unidos. Sal Paradise, o narrador (alter-ego do autor Jack Kerouac), e seu amigo , o louco anarquista vagabundo Dean Moriarty, viajam pelos Estados Unidos com pouco dinheiro e muita vontade de fazer algo que eles nem sabem o quê. No caminho, circulam pelos confins dos Estados Unidos inocentemente feliz e conservador do pós-guerra; encontram e fazem muitos amigos, passam dificuldades, bebem; fazem festas, visitam lugares esquecidos e conhecidos, ouvem muito jazz. Quase inconscientes pelo pusilânime mundo ao seu redor, vão em busca de experiências. As encontram travestidas de formas tão estranhas que quase não as reconhecem. Mas é isso mesmo? , perguntam. E é, é isso mesmo, mas como só agora vocês foram perceber ?

On the Road é precursor e inspirador. A busca de uma individualidade perdida , que parecia tão diluída entre os louros da camaradagem e do patriotismo da vitória na guerra, teve um quase fim (pois nunca terá um fim definitivo) nos clubes de jazz ao som do be-bop desordenado ou na marijuana trocada por lucky strikes no México na última das viagens do livro. A rebeldia, como forma de ser contra ao tradicional, de dar um soco na cara da mesmice e depois ser presa por isso, ganhou um corpo consistente nas palavras de Kerouac. E a literatura como forma de transcendência, aquela que pula das páginas para nosso corpo e mente e de lá sai correndo como um cadillac possante nos puxando para a vida, como que dizendo não, você é tão medroso, acorde, veja o que te espera, deve muito a On the Road.

Depois de quase 40 anos de espera, finalmente o livro vai virar filme, pelas mãos do diretor brasileiro Walter Salles, com a produção do mestre americano Francis Ford Coppola. Coisa boa está por vir.

A primeira versão do livro é de 1984, da editora Brasiliense. Recentemente saiu uma edição revisada com uma nova introdução e posfácio de Eduardo Bueno.

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p.s: o teclado nao esta colaborando com os acentos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ok,se é pra falar de livros nos brinde com uma dica de algo desconhecido e não esse puta clichê q voltou a ser moda agora!!!

Tava revoltado ontem hein..
haha
tá bacana o blog.
Abraço!

Anônimo disse...

Obs.

Será q Waltinho agora só vai dirigir road movies???

vou consultar minha bola de cristal
hahahaha

Anônimo disse...

Eu realmente gosto desse livro, apesar de todo o cliche e a modinha de se gostar dele.