Dando uma breve pausa dos relatos de viagem, um trecho interessante de um livro ótimo - A linha de sombra, de Joseph Conrad.
Apenas os menos jovens têm tais momentos.(...) Fecha-se atrás de si o pequeno portão da mera meninice - e adentra-se um jardim encantado. Até as sombras aqui resplandecem cheia de promessas. Cada curva de vereda tem suas seduções. E não porque se trate de um país desconhecido. Sabe-se muito bem que a humanidade toda já trilhou aquela senda. É o encanto da experiência universal, da qual se espera extrair um sensação incomum ou pessoal - um algo que seja só nosso.
Vai-se reconhecendo os marcos dos predecessores, excitado, divertindo-se, aceitando a boa como a má sorte - as roas e os espinhos, como se costuma dizer - o pitoresco lote padrão, que guarda tantas possibilidades para os mrecedores, ou talvez para os afortunados.
Sim. Vai-se adiante. E o tempo, também, caminha - até que se percebe logo adiante uma linha de sombra avisando-nos que também a região da mocidade deverá ser deixada para trás. Este é o momento da vida no qual os tais momentos de tédio, desânimo, de insatisfação costumam aparecer.
Às vezes me pergunto se já passei da linha de sombra; se umas horas tenho certeza, outras fico na dúvida. Talvez esteja pra sair, ou já saí e não percebi ainda?
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