quinta-feira, outubro 20, 2005

Impressões de viagem : Montevideo(1)

Aos poucos, vou relatando algumas impressões que tive dos lugares por onde passei, algumas coisas que só amadurecem depois de um certo tempo.

Montevideo (traduzido para o português, fica Montevidéu, mas eu prefiro o original) é uma cidade calma. Na parte central, tudo gira em torno da Avenida 18 de Julho, que é onde ficam os principais bancos, praças, sedes de governo, prédios históricos e administrativos do Uruguai. Mesmo com tudo concentrado ali, as coisas parecem funcionar tranquilamente; os ônibus velhos andam nos seus lugares, as pessoas caminham na calçada e não na rua, o chão é limpo em comparação com cidades do mesmo tamanho, as sinaleiras funcionam, quase não se ouve barulhos de buzinas, tudo parece estar em harmonia.


eu na Plaza Independencia, ao fundo a 18 de Julho.

Mate

Um fato curioso é que, independe da hora do dia, os uruguaios sempre carregam a térmica e a cuia para o mate. Pude conferir isso de manhã bem cedinho, pelo meio dia, depois do almoço, à tardinha, até à noite... sempre com o mate, tantos os jovens quantos os mais velhos, mulheres e homens, seja na 18 de Julho ou nas ruas paralelas menos movimentadas.
Algo que me intrigou de início é que o mate parecia um chá, não tinha o tradicional morrinho que fazemos por aqui, era a bomba perdida na cuia sem lugar certo, como um canudinho em um copo de refri. Depois, comprei uma erva num mercado e percebi o motivo disso: a erva deles é muito ruim. Fina, parece aquele pó de se fazer chá-mate, não há morrinho que dure - ainda mais com aquele vento forte que sopra em Montevideo . Tentei fazer um morrinho, mas já no terceiro mate tudo desabou, e meu mate ficou igual ao dos uruguaios. Ainda assim continuei tomando, e ele até que demorou mais do que o normal para ficar "lavado". O gosto é um pouco mais fraco que o nosso, acho que por a erva ser mais fina, mais misturada que a nossa. Mas, definitivamente, o nosso mate/chimarrão é melhor.

Carros

Os carros são quase todos de motor à diesel. Nos acostumamos aqui a ver só caminhonetes, ônibus, caminhões - veículos grandes em geral - com esse tipo de motor, e reconhecemos aquele ronco caracterísitico que o carrom acaba fazendo quando um desses se aproxima. Mas lá, caminhando pelas ruas, parava numa esquina para atravessar e ouvia aquele ronco que , para mim era característico de carro grande, vindo de tudo quanto é tipo de carro, principalmente dos pequenos , corsas, celtas, clios, gols, paratis, todos esses. Estranhava muito, o que me fez ficar cuidando para ver se encontrava algum carro que não tivesse aquele ronco, mas era extremamente difícil. Numa proporção de cabeça, diria que de 90 a 95% dos carros uruguaios são à diesel.

Percebe-se que o DETRAN deles não fiscaliza muito os carros velhos. Há de todos os tipos; fusca caindo aos pedaços, corcel sem uma lasca de pintura, fubicas não se sabe como andando de tão velhas, até mesmo carros novos com batidas no parachoques não consertadas, com a porta estragada, o vidro de trás quebrado.
Há uma justificativa para isso, acho eu: encontrei um carro desses velhos, mas ainda não caindo aos pedaços, por 9000 pesos, o que dá algo perto de R$ 900 reais. Muito barato se comparado aos daqui.

As marcas dos carros de lá são quase as mesmas dos daqui,e não poderia ser diferente, já que a grande maioria é importado do Brasil e da Argentina. Há um ligeiro maior número de carros da Renault que aqui, assim como também acontece na Argentina, onde as fábricas da montadora francesa são mais antigas .No mais, é a mesma proporção nossa, Fiat, Wolksvagem, Ford, GM, etc.

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