quinta-feira, março 16, 2006

Pausa para o rock'roll

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Crema no Macondo, 10 de março.

Rock'roll will never die!

Nâo tem palco. O lugar onde a banda fica é um canto no fundo do bar, demarcado por um tapete. Só se sabe que vai começar o show porque a música ambiente cessa. Baixo, guitarra e bateria entram devagar, em um volume parecido, e eis que surge o teclado, o mais alto de todos, que já toma a frente na condução da melodia e prepara para a entrada da voz, que surge de início meio tímida, mas aos poucos ganha confiança para a explosão no refrão: "You really got me!". The Kinks. Anos 60. Não, 2006, passado da uma da manhã de uma sexta-feira, dia 10 de março.

Great balls of fire, jerry Lee Lewis. Anos 50. O clássico passo de dança dos primeiros anos de rock'roll, bastante visto em bailes de formatura, é lembrado pelo público que, a essa altura,já tomou cerveja o suficiente para esquecer que o espaço disponível impede qualquer passod e dança mais ousado.
O teclado, dessa vez, entra primeiro e conduz a harmoniosa versão de "Let's spend the night together", dos Rolling Stones. Anos 60 novamente. Logo à frente do "palco", amigos e namoradas da banda, aos poucos, relaxam e curtem a música, esquecendo por algum tempo a inevitável preocupação de se procurar erros no show.

Like a rolling Stone, Brown Sugar, anos 60, e eis que os 2000 dão as caras. Franz Ferdinand, Take me out. Essa toca bastante no bar, todos conhecem, e houve-se até vozes repetindo o som da guitarra no refrão.

Neil Young, Hey hey my my. O verso "rock'roll will never die" ecoa pelo local, tanto nos ouvidos quanto nos pensamentos de todos ali, sabidos de que aqeula velha história que o rock morreu não passa disso mesmo: uma eterna velha história.

A Razão, 16 de Março.
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