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Divagando e brincando de fingir
Complicado, certos termos e esquemas relativos tomados como principais que não deveriam ser. Fingir é necessário, se a sinceridade afronta.
Fingir, mentir, tem um quê de contadores de histórias, ficcionistas que de tanto desgate oriundos da mente fértil para criar esquecem de escrever a sua própria história de vida e precisam inventá-la, mas pela necessidade de ser uma história real eles não conseguem torná-la interessante, ao menos que contem e envernizem na hora de contar a história médíocre que criaram para si... mas o diabos é que há alguns bons séculos é assim, a necessidade de fingir se torna uma dor, por vezes, insuportável de ter de inventar um personagem que não existe, aparentemente, mas que precisa ser despertado para que a dor da sinceridade não se torne ainda pior que a do fingir, que, se fosse em um mundo perfeito, seria tão forte que ninguém poderia aguentar, prevalecendo a realidade em detrimento da falsidade de se transformar em outros para agradar, ou não sofrer (comos e o sofrimento não fosse necessário...), ou os dois...
Engraçado, mas fingir pode ser, ao mesmo tempo, uma abreviação ou uma antecipação do sofrer. Finjo, invento, para não precisar passar pelo processo natural das coisas, que não é feito de muitas mentiras, não. Finjo, crio, para poder me antecipar e saber duma vez o que me espera na encruzilhada da opção...Da mesma forma, da mesma origem e opostos.
Ainda se provará que fingir é, nada mais nada menos, que dizer a verdade que não se conhece nem se sabe que existe - por isso o fingimento. Se soubesse, seria o fim da ficção.
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Finjo que digo a verdade para poder fingir e não dizer que não consigo fingir.
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