terça-feira, março 07, 2006

Ode à madrugada

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Passa das 3 e 59 da madrugada, e o cansaço recém cutucou o sono,
que estava dormindo há horas,
nocauteado por aquela água tão ativa, que ainda foi misturada com uma dose de tensão sexual não resolvida e um pó solúvel que dizia no rótulo "eloquência gratuita"

inconformismo
com a inoperância do cansaço,
a lenitude do medroso emebebido pelo vazio envergonhado de sua condição,
tão solitária,
!que vergonha de estar assim!
apavorado, teve de cutucar o sono,
que,
mesmo depois de todas aquelas doses,
voltou a penetrar como antes, ou como nunca,
como eterno perdedor que é, se fez invisível, não deu resposta, não foi percebido e resolveu, depois de muito lutar, perder mais uma vez, como sempre,
se entregar ao desconhecido, sempre comandante,
alter-ego do cansaço,
da derrota, da vitória
e do sono.



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