sexta-feira, agosto 19, 2005

Novamente, o Buffalo...

Fuzzy, Grant Lee Buffalo.



Não me canso desse album, não adianta. Escuto alguma música dele pelo uma vez no dia, é quase como um vício. Suspeito que seja por causa da emoção que ele passa, da impressionante voz do Grant Lee Philips, aquele falsete dele em "fuzzy" , a música, é de arrepíar. Aliás, toda vez que começa a tocar eu me arrepio, aqueles dois acordes no violão, a percussão entrando devagar...
Uma descrição que eu fiz dele esses dias:

Fuzzy é um álbum para se escutar como se lê um livro, prestando atenção em cada frase cantada pela bela voz de Grant Lee Philips, nas melodias criadas pela união do quarteto guitarra, baixo, bateria e piano. Depois, as belas imagens evocadas pela junção palavra/som vão surgindo, aos poucos, e o filme vai ganhando consistência em nossos pensamentos. De repente, nem entedemos o porquê de estarmos sentado num saloon no meio do nada tomando o nosso whisky acompanhado de figuras lendárias da História americana , ou de estarmos numa estrada desconhecida e vazia indo para sabe se lá onde, ou mesmo andando por uma cidade que nunca pensamos que ainda existia, observando fantasmas passearem pelas calçadas de mão dadas e casais se beijando no canto escuro atrás da casa da esquina...

Suspeito que sempre fui um sujeito mais ligado a emoção do que a razão, ou que prefere o senso comum à teoria. Aquela velha história de sentir em vez de pensar racionalmente, e isso é determinante para o Grant Lee Buffalo ser uma grande banda para mim. O sentir é , de certa forma, arrogãncia, pois o confiar no teu sentir te faz desconsiderar muitas coisas que são verdade, que comprovadamente são verdadeiras, mas que , se não são sentida, para ti não passam de mentiras. Então, o que tu acha melhor acaba sendo o que definitivamente é melhor, e numa discussão qualquer o lado emocional não é bem vindo - muito menos será vitorioso em argumentos - porque uma discussão é eminentemente racional, cientìfica, por mais besta que seja, pois se procura argumentos ou exemplos e o teu sentir que não é aquilo não encontra muito argumentos nem exemplos por aí...

Mas o sentir não é algo que tenha explicação racional, é como uma mensagem extra-terrestre que chega diretamente pra ti, e só pra ti, de que tal coisa é verdade, sem muitas explicações do porquê dela ser...

Mas explicações, justificativas, porque temos que recorrer a elas se nos basta sentir?

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