sexta-feira, agosto 05, 2005

Cortazarianas beatnik (1)

Antes que se diga, eu percebo que está errado.
Pode ser que sim, pode ser que não, mas quase sempre é sim, porque o sim é mais fácil de perceber, a negação vem em uma etapa depois. Logo se percebe que, antes de mais nada, é assim e pronto, depois vem o Peraí, será que é?. É bonito de ver uma boa negação, assumida depois de muitos sim, tenho certeza, quando essa certeza não serve nem para dizer se aquele peixe lá perto da pedra do fundo está ou não está comendo os musgos verde-escuro que estão encostados na pedra.Assim, é interessante ter essa certeza, da mesma forma que o homem tem quando , ao lado de uma bela mulher, estão os dois sentados no sofá em frente a tv, abraçados, olhando qualquer comédia romântica que a mocinha seje fraca e que o mocinho seje forte e que os dois vão ficar juntos por "obra do destino" que nada mais é que uma forma que o roteirista criou para curar as dores da perda do amor de sua mulher, que o trocou por um fotógrafo sem graça mas que ela achou muita graça sim,no exato momento do beijo final que, depois de todos os desafios imposto pelo roteirista traído, finalmente acontece aquele beijo apaixonado que é ainda mais violento e prazeroso depois de tantas coisas acontecidas, e nesse exato momento, com o casal sentado em frente ao sofá, a mulher diz que ama o homem, e ele sabe, é uma certeza, ele sabe que é de coração como se diz, porque ela não mentiria depois de ver um beijo tão apaixonado na tv, por mais que a tv seja apenas uma tv, ela ainda é uma TV.


Um encosto de carro, visto da forma mais despretensiosa, é mais do que um lugar para se descansar a cabeça depois de uma longa caminhada pelos milharais após aquele maldito pneu ter furado e o carro não ter estepe e então ter de se caminhar quase 20 quilômetros até achar uma civilização que tenha um pouso decente para um pobre viajante cansado, e azarado e despreparado, e então no dia seguinte conseguir um estepe e trocar o pneu, e poder entrar no carro, e usar o encosto, que agora se torna algo completamente desprovido de significado que não o de descansar tudo o que está aí , contra toda essas ondas flamejantes que assolam a nossa mente como um Tsunami destrói um hotel num paraíso do Oceano ìndico apenas feito de palha e bambu seco, o mesmo usado pelos Pandas, e não deixa sobrar nada perto do hotal, que agora está desprovido de significado que não o do nada, já que não existe mais nada ali.

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