terça-feira, junho 13, 2006

Abjurar

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Estranha sensação essa de necessitar caminhar pelas ruas da cidade, de preferência as mais movimentadas, sem qualquer rumo definido, e a cada esquina do caminho que não se sabe parar para pensar "onde ir" sem nem mesmo saber porque não seguiu o caminho que lhe parecia o mais conveniente, e quando chegar na praça lembrar que há um lugar, sim, que sempre pode abrigar os que não tem rumo, mas no caminho para esse lugar lembrar que existem outras coisas esquecidas para fazer, e a pausa para resolver esses pequenos relapsos de memória ser muito mais rápida e fácil do que talvez se imaginasse, e que também nesses lugares outros encargos, nem tão importantes, são lembrados e logo esquecidos, pois o intuito da caminhada era não ter rumo nem nada certo, não?
Finalmente se chega ao lugar dos que não tem rumo, com alguns poucos que lá se encontram fazendo exatamente a mesma coisa que se estava quando se saiu de casa: abjurar-se da rotina diariamente repetida.

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