quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Notícia de uma quase tragédia

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Eram alguns poucos minutos passados do meio dia, a temperatura já acima dos 30º graus, e nas proximidades de um prédio na rua Tuiuti, quase esquina com a Floriano Peixoto, houve-se um estrondo. Algumas faíscas caem na calçada, e um homem está deitado na sacada do terceiro andar, em estado de choque. Funcionários de uma loja em frente ao edifício correm para o apartamento para socorrer o homem, que pintava o lado externo do prédio. Ao que parece, num breve momento de distração, o pintor deixou o cabo que estava o pincel encostar nos fios de alta tensão situados quase na mesma altura de sua cabeça. Resultado: uma descarga elétrica forte jogou o corpo do homem, que se chama João Manuel de Oliveira e tem 29 anos, para a sacada em frente. Os funcionários da loja chegam no apartamento para o socorro, ele está consciente, mas apavorado com as queimaduras espalhadas por todo o seu corpo, principalmente no braço e na mão direita. O fotógrafo Luciano Souza, um dos funcionários da loja em frente, ouve de João "cara, perdi minha mão, tenho que trabalhar, uma família pra sustentar", e tenta acalmá-lo, "calma tche, não te apavora, a mão tá aí". E ela está mesmo, chamuscada, igual a todo o braço, que está quase em carne viva, sem pêlos. Manchas pretas estão espalhadas na camiseta, assim como na parede lateral da sacada. Alguns minutos depois das 12:10, hora em que o corpo de Bombeiros é chamado através do telefone, surge o furgão e o caminhão vermelho. A escada é colocada diretamente na sacada e , rapidamente, os bombeiros presentes descem o corpo de João, que é encaminhado direto para o Hospital de Caridade. Eles já adiantam que os braços e os dedos sofreram queimaduras de 2º grau. João ,logo que chega, dá entrada ao bloco cirúrgico do hospital. No início da noite, ele sai para a sala de recuperação, e de lá vai para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Seu estado é regular.
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Jornal A Razão, 15 de Fevereiro de 2006.


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