sexta-feira, abril 14, 2006

Jornalísticos (2)

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Cap 3: A virada

Consolidado, o tal novo rock viu, em menos de um ano, a sua segunda geração nascer. Em 2002, novamente nas ilhas Britânicas, quatro ingleses, conhecedores de clássicos do rock e do punk como The Kinks, The Clash e Gang of Four, atualizaram a música destas bandas para o novo século com o nome de The Libertines e, desta vez, sem nem mesmo terem lançado um EP, foram alçados ao centro da mídia inglesa. As músicas já pulavam para a internet antes de serem colocadas no mercado, o pessoal baixava, lotava os shows e a propaganda mais eficiente de todas, a boca a boca, se encarregava do resto. O sucesso prematuro se consolidaria com o lançamento do primeiro álbum, Up the Bracket, em 2002, e se propagaria a nível mundial com o segundo, auto-intitulado Libertines, de 2004, fazendo com que eles viessem para o Brasil sem terem nenhum álbum lançado no país (só depois dos shows é que foi lançado por aqui). Mas nem precisava, afinal, havia a Internet, e baixar música e gravar em um CD virgem não era mais novidade.


Cap 4: Já é goleada

Neste ano, que nem no meio está, já tem mais um furacão vindo da Inglaterra, via peer-to-peer (a forma mais comum de baixar música pela Internet): o Artic Monkeys. Formado por garotos ingleses na casa dos dezenove anos, a banda é como uma atualização para 2006 da sonoridade do Strokes e do Libertines, com letras que falam diretamente das situações vividas pela gurizada inglesa e que, apesar de toda diferença de estilo de vida para o chamado Terceiro mundo, também faz se identificar quem mora por aqui. O primeiro CD da banda, gravado a um custo irrisório, vendeu espantosos 363 735 mil cópias em uma só semana, atingindo o primeiro lugar na parada inglesa. A primeira música a fazer sucesso da banda, “I Bet you look good in the dance floor”, é, até agora, a música do ano na Inglaterra. Com uma letra divertida que fala, segundo o próprio vocalista, “de milhares de garotas que já me puseram na situação de olharem para mim num clube ou bar, eu ficar interessado, mas depois dizerem que eu imaginei que elas estavam olhando”, e sua batida rápida, que faz soar velho o Strokes e outros cânones da primeira e segunda geração, a música se expandiu – novamente, graças a Internet - de tal forma que já é até tocada em alguns lugares da noite de Santa Maria.

Cap 5: A próxima partida?

Como a efemeridade é a tônica dessa nova geração, não se duvida de na semana que vem já surja outra banda para roubar o trono do Artic Monkeys de, como diz os Titãs, “melhor banda dos últimos tempos da última semana”,


Os Jogadores
Primeira geração: The Strokes, White Stripes, The Vines, The Hives, Interpol
Segunda Geração: Libertines, Franz Ferdinand, The Killers, Bloc Party,Kings of Leon
Terceira Geração: Artic Monkeys, Clap your Hands Say Yeah, Guillemots, Black Mountain



Jornal A Razão, 13 de abril de 2006.
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