quinta-feira, junho 09, 2005

Nunca tinha me dado conta antes, isso é lamentável. Mas o jornalista é um eterno frustrado, o nº1 do país dos frustrados, o rei da frustradaria.
Veja só:

1)Jornalista deve ser jornalista 24 horas por dia. Nunca desligar, sempre estar "a par" das coisas realmente relevantes que acontecem no nosso país.
Tá.

2)Devendo estar "a par" de tudo o que acontece no país e no mundo, é humanamente impossível saber tudo de tudo que se quer ou se deve estar "a par".
Ok.

3)Como não se têm condições de saber tudo de tudo que se deveria estar "a par", os jornalistas acabam sabendo "um pouquinho" de cada coisa, para - se ao menos não estarem - fingir que estão " a par".
Aham.

4)Sabendo um pouquinho de cada coisa que o jornalista deveria estar "a par", ele só pode puxar uma conversa, por exemplo, e nunca ir até o final, já que ele não tem argumentos suficientes, pois ele sabe apenas "um pouqinho" para estar "a par".

Conclusão: O jornalista é um frustrado, pois o ofício lhe exige que esteja "a par" de tudo , sem nunca saber "a fundo" nada. O jornalista vive na superfície do conhecimento. Sabe um pouqinho de tudo, muito de nada.
A esperança de fugir da frustração está na infância do jornalista. Crescer com uma paixão por alguma coisa como música, literatura, cinema, esporte ou política o faz ter algumas chances de fugir da superfície em pelo menos algum assunto. Mas, mesmo assim, a paixão criada na infância de nada vale se não for alimentada durante a adolescência, principalmente, e em toda a vida.
Mas como o jornalista deve estar sempre "a par" de tudo, ele acaba não tendo tempo de poder alimentar decentemente sua paixão de infância. Resultado: frustração.


É. Por qualquer caminho que se siga, a frustração vai ir atrás, correndo lado a lado, por muitas vezes tomando a frente, e por algumas muito poucas vezes ela ficará para trás. Resta os jornalistas colocarem um foguete nas costas da frustração, mas de modo que ela vá para trás.
Mas como?
Como?

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom, se serve de consolo, o publicitário tbm é uma criatura meio frustrada, pois além de tbm ter que estar a par de tudo, somos "obrigados" a ser ecléticos qto a todos os assuntos... não adianta odiar o Felipe Dylon se temos que fazer o jingle da Assolan com a musiquinha sarna dele... enfim, foi um exemplo esdrúxulo, mas é mais ou menos assim... além de ter gente que nos considera uns fdp's, manipuladores e tals... bom, fico por aqui! bjos!