segunda-feira, julho 11, 2005

Viajar

Preciso viajar, mudar de ares, dormir em cama que não a minha, ver pessoas e coisas diferentes, renovar o repertório de histórias para contar...
Terça to partindo. Vou meio sem rumo, tentar ver algumas caronas até Livramento. Eu e um amigo meu. Vamos ver no que vai dar.

Um texto meio antigo...
Viajar
Andar de carro, avião, bicicleta, o que quer que seja.Viajar.Palavra tão pequena, frágil, débil, mas ah, como pode ser ao mesmo tempo tão profunda e transformadora quando é deixado de lado o seu significado semântico, levando em conta apenas o simples e inexplicável sentido que adquire quando nada além dela pode salvar de uma rotina certinha e burocrática que toma conta da vida em alguma parte de demasiada reflexão ou depressão? Como explicar e descrever a sensação de deixar tudo para trás a fim de buscar um objetivo maior que na verdade nunca se irá encontrar, mas que ao mesmo tempo fascina só pelo fato de ter esperança de que algum dia ele possa existir e ser alcançado? Um motivo este tão importante e misterioso que ninguém consegue explicá-lo ou entendê-lo de forma diferente da qual ele quer que entendamos, pois na realidade ele não teria sentido se fosse facilmente compreendido já que todos teriam acesso a ele de um modo muito mais fácil e assim não daria-se valor ao simples fato de buscá-lo que é por si só o sentido verdadeiro de qualquer busca que se julgue eterna . Posso morrer ao tentar buscá-lo, mas é justamente este o grande desafio que enfrenta-se ao lidar com um inimigo desconhecido, muito maior, e que conhece todos os seus passos como uma mãe conhece os passos de seu bebê, sabendo exatamente qual será a próxima ação a ser tomada e já planejando um outro ataque que deixará ainda e sempre mais distante do motivo principal que busca-se num ato simples determinado por uma palavra tão simples e frágil: viajar.

Um texto de aproximadamente um ano e meio atrás, da minha fase beatnik (hehehehe!). Recém tinha lido o On the Road, do Jack Kerouac, e o Primeiro Terço, do Neal Cassady, o companheiro do Kerouac. É nítido o efeito.

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