sexta-feira, julho 20, 2007

Galera & novidadeiras

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Começo esse post citando, de novo, o Daniel Galera, escritor gaúcho - hoje, brasileiro, para fazer justiça - que, não sei por qual motivo específico, eu me identifico a cada dia mais.

Desde que li o "Até o dia em que o cão morreu", ainda por curiosidade de ver um cara da mesma idade que eu escrevendo algo de fundamento, sinto uma estranha semelhança naquilo que ele escreve, como se fosse aquilo que eu queria dizer mas não tive capacidade - ou coragem para tentar.

"O que chamamos de inspiração tem muito a ver com conseguir estranhar a vida por um instante - não mais reconhecê-la e, apavorado, ter de lidar com isso. Escrevo porque a literatura é minha maneira de expressar esse estranhamento. Eu poderia guardá-lo, mas não consigo. O estranhamento alheio pode ser pertinente ou impertinente. Meu desafio é tornar o meu o mais pertinente possível para o leitor - e isso, meus caros, é um processo violento que recusa qualquer idealização"

Por diversas vezes nos últimos tempos tenho sentido esse estranhamento dito pelo Galera. Fico apavorado também. Só que a literatura não é minha maneira de expressar esse estranhamento - pelo menos não por enquanto. Sinto que um dia ela será a melhor forma , e esse dia parece estar cada vez mais perto. Talvez chegue por daqui a pouco, quando poderei me fixar em algum lugar que me permita tomar a coragem necessária para fazer isso.



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